Poesia por André Medulla
CASA SUJA
Tantos carros na cidade…
já me cansam
E o tempo mastigado nesse trânsito
Tanta gente na cidade
As capitais,
formigueiros
Rotinas emaranhadas
se confundindo nas alamedas
Lama e fumaça
Cano de escape…
Seguem vidas exauridas
(A)v(en)idas
Gente apressada que esbarra uma na outra…
Não sobra tempo nem para se desculparem
ou para olhar adiante
Seguem as boas-vontades,
e as más
Tanto consumo
Quanto tenho no bolso vai dizer quem eu sou?
Porque eu estou sempre comprando fiado
e pedindo troco.
As vitrines piscando.
Noto as necessidades passando com os outros
cada vez menos necessárias...
Haja entulho pelas áreas
Em todo canto
Pelas ruas o cheiro de urina Saneamento,
que diabo Mal consta nesses dicionários metropolitanos
Só vem aumentando e aumentando
Sinto o cheiro de mijo já intrincado às sarjetas
Ao urbano
Quem diria que se tornaria metáfora
Mas nem há porque surpreender-se,
visto que até se torna lar.
André Medulla, colaborador do site Controverso Urbano