Poesia por Natália Farias
Tua cloaca expele um dos aromas da tua cidade e o que é excretado pela tua uretra, misturam-se. Eis o cheiro da tua Recife. De ranço palpável, lambuza-te com a tua matéria sólida, lava-te com a fluída e caminha rotas infindas as quais buscas o anunciado.
Não há luminescência que clareie a tua caverna; negrume.
Teu suplício é a vida, vivida em teu covil, primata de vários nomes. No calabouço que vives,
a fuga de si mesmo é o encontro. Teu intento é abarrotar a vacuidade que te compõe, quando és nada e nada tornar-te-ás.
Vil.
Natália Farias, colaboradora do site do Controverso Urbano.